TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CoMinHos e CaMinhos: O que é, jamais deixará de SER. "Sempre a primavera, nunca as mesmas flores"



0 que é , é – e não pode deixar de ser. Parmênides

 
Saber que alguns fatos acontecem sempre da mesma forma nos ajuda a conviver com as constantes transformações da vida. É a mãe natureza que nos dá esses sinais imutáveis, confortantes e cheios de significados. Parmênides, filósofo , é, entre os eleatas mais ilustre, se deparou com uma grande variedades de explicações sobre a physis (a natureza, o mundo natural tal como visto pelo homem). Quase tudo o que se sabe do pensamento de Parmênides provém do poema de sua autoria denominado SOBRE A NATUREZA. Essa obra trata, do caminho da verdade (Alétheia) e do caminho da opinião(da doxa). Alétheia , significa desvelamento, descoberta, o movimento pelo qual algo se mostra ao nosso conhecimento plenamente. . Assim, ao percorrermos o caminho da verdade, o homem, guiado pela razão, percebe que o QUE É, É e não NÃO PODE DEIXAR DE SER. Para Parmênides a Doxa significa Opinião, que considerava desprezível, como um ponto de vista qualquer, individual e que nunca poderia corresponder á verdade. Ao escolher o caminho do doxa, o homem se tornaria refém das opiniões, tendo seu pensamento impedido de chegar á verdade. Por outro lado, afirma que o SER é imutável e eterno, porque se sofresse uma transformação, teria de deixar de ser (isto é, tornar-se não ser) para tornar outra coisa (isto é, de não ser, tornar-se ser) Segundo , ele, o ser é; o ser não é; em outras palavras, o não-ser simplesmente não existe; é inconcebível mesmo para o pensamento, pois , se pudesse ser pensado, existiria pelo menos como idéia. A natureza oferece exemplos práticos segundo Parmênides, se pensarmos que faça chuva ou faça sol, os rios correm para o mar, seja qual ponto do planeta em que o admiramos o sol nasce no leste e morre no oeste. O céu estará sempre acima de nossa cabeça e os pés plantados no chão; as ondas vão e vêm, repetindo infinitamente a mesma coreografia. A natureza sempre repete o caminho natural. Podemos aprender com ela que tudo é um processo, que podemos ser mais felizes se seguirmos o fluxo natural das coisas e não tentarmos reter o que precisa ser transformado. E, vale lembrar a máxima chinesa: SEMPRE A PRIMAVERA, NUNCA AS MESMAS FLORES, sintetiza o delicado e sutil relacionamento entre o mutável e o imutável no Universo e em nossa vida. Compreender as idéias de Parmênides como de Heráclito é importante para nossa existência, por um lado Parmênides diz: O que é, é, jamais deixará de SER, ou seja, há coisas que são imutáveis; Heráclito defende a idéia de que tudo é um constante devir, transformação, mudança, a vida é dialética, há coisas que são imutáveis e conclui que: Não podemos banhar duas vezes no mesmo rio. Escute a tua alma, e seja feliz! Sem perder as leis da natureza que convivem com coisas mutavéis e imutáveis . Rosinha Flô

sábado, 4 de dezembro de 2010

TeMpErOs da Alma : CoMo VivEr como As FLoReS ?

 
Como viver como as flores? Quem sabe mediante a contemplação da natureza, momentos de meditação e estado reflexivos  fluidificados pelas cores, aromas, energia, harmonia , o Ser Humano possa  aprender um pouco mais com elas olhando para nós mesmos, exercitando as nossas virtudes , o bem querer de si. Exorcizando as energias negativas emanadas pelos encontros e desencontros durante o caminho de nossa existência, se refazendo a cada manhã ao estar com o outro. Vislumbre essa possibilidade de VIVER COMO AS FLORES.

                                                  ViVeR cOm aS FlOrEs

- Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.
- Pois viva como as flores - advertiu o mestre.
- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
- Repare nestas flores - continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim - Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor das pétalas. É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros os importunem. Os defeitos deles são deles, e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora...Isso é viver com as flores.
                                                                                                     Autor desconhecido.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

aLmA apImEnTaDa: Nietzsche e o ressentimento

Durante a nossa existência encontramos pessoas com variados tipos de caráter, nos espantamos, decepcionamos, sofremos e nos indignamos. Muitos filósofos tomaram essas diversidades de caracteres como objeto de reflexão filosófica, Nietzsche foi um desses filósofos que investigava a alma humana se dedicando a analisar um dos grandes tormentos da alma: o ressentimento.

Assim, caminhando nesse universo humano pergunto: Quem de nós de certo modo já não foi afetado por esses afetos negativos? Como: raiva, ódio, inveja muitas vezes achamos por bem exteriorizá-los, talvez porque avaliamos que estamos errados ou talvez porque avaliamos as razões daquele que nos causou mal

Diante desse turbilhão de sentimentos que ora nos tira do chão nasce o ressentido e o ressentimento. Ambos caminham em silêncio, mas nem sempre é assim. Segundo Nietzsche, o silêncio daquele que foi usurpado pode degenerar em ressentimento, e a principal característica do ressentido é ruminar esse acontecimento e planejar, por longo período, uma vingança, o que ele chamou de vingança adiada. O interessante nessa relação é que se o ressentido não foi capaz de se defender no momento do incidente, também não será capaz de consumar a tua vingança, palavras de Nietzsche. No século XXI o nível de violência contra a mulher especificamente tem crescido e muitos frutos de vingança, ressentimento. Será que Nietzsche diria que é isso é uma vingança adiada?Entretanto, ele toma o ressentimento como característico dos escravos, ou seja, daqueles que não afirmavam sua vontade e o chama de covarde o ressentido, pois não consegue valer seus desejos, não luta pelos seus sonhos.

Nietzsche usa a expressão psicanalítica “covardia moral” para descrever a impotência daquele que ressente. Resta-nos a perguntar de onde viria essa impotência? Seria o ressentido filho preferido dos pais e exige do mundo a mesma coisa? Seria porque seus pais o preservaram dos desafios da vida? Talvez seja essa uma receita óbvia para o fracasso.