O HOMEM QUE MATOU DEUS...
POR UMA VIDA ALÉM DO
HORIZONTE...
Nessas tardes de
sábados em pleno sol, ele, escancarado de pernas abertas sempre em posições
eróticas... Com o corpo jogado no horizonte, quente, poético, amarelo, belo a nos esperar para mais um dia iniciar o pensar...
E nós cá estamos contagiados por esse erotismo solar viajando com a magia do cinema:
História e cinema. E por falar nessa viagem que muito me encanta... Independente do tempo e do espaço.
O importante da significância do meu ser
é que trago aqui dois momentos
dessas viagens como se fossemos descobridores de sete mares,
desbravadores do pensar, os filmes: “ Crime de paixão”,” Fonte de Donzela. É a
partir desses dois filmes com o belo fio de Ariadne nos conduzindo aos labirintos da
IDADE MÉDIA ou idade medieval , recordo de avisá-los que talvez o importante não é a chegada mas sim a
travessia.
Já fazendo a travessia
com o fio de Ariadne, os dois filmes tem como teias de implicações a questão da
existência de Deus, a moral cristã perpassando a vida de uma sociedade, ou
seja, o jeito de se fazer política. Essa visão teocêntrica de mundo ainda ecoa
na sociedade, podemos ver o que parece não ser visto ou se vê sem olhar:
política e religião lado a lado. E por alguns momentos me pego a perguntar se a
história é cíclica ou linear ? Silencio.
De todas as barbáries que
já se fez ou ainda faz em nome de Deus, pode ser que essa seja a menos cruel: O
exercício de pensar sobre isso . Na segunda metade do século XIX, enojado com
sociedade na qual vivia, Friedrich Nietzsche propõe o nascimento de um novo
Homem. Nietzsche não se conformava com o que o homem havia feito consigo mesmo.
Afinal, ele ( o homem) já não dançava, nem ria como deveria. Tinha medo de
viver, de assumir a vida, aquilo que ele via e podia sentir.
Segundo Nietzsche
séries de instituições foram criadas como forma de castrar o homem e o seu
instinto criativo, transformando-o num ser que não acreditava em
praticamente em nada, ou seja, um
niilista. Ou se acreditasse, o pensamento estaria longe, repousando num outro
mundo, invisível, no além ( Terra x Céu) E assim não dava para continuar. Podemos
entender agora porque Nietzsche foi o amante da arte, especificamente do
Teatro, bem como do seu codinome de O maior desmascarador de Máscaras. Além
disso das vezes que dizia que a Vida é um palco, que nós representamos a todo
tempo, usamos as nossas máscaras , teatralizamos a nossa existência.
( 1844-1900) Nietzsche
descobriu o culpado, ou culpados, pela “morte” do homem e resolveu decretar a
morte de Deus, e junto com ela a metafísica, doutrina filosófica que postula um
conhecimento essencial para além da realidade. Ou seja, o sentido do mundo, do
homem, da sociedade encontra sua razão de ser em algo que a transcende, que
escapa à história, á ordem incerta do mundo.
Então, diante disso,
propôs uma transvaloração dos valores. “É urgente, pois, suprimir o além e
voltar-se para a terra: é premente entender que eterna é esta vida tal como
vivemos aqui e agora. Nisto consiste o projeto Nietzschiano de trasnvaloração
de todos os valores a partir de outras bases
explica a professora titular da Universidade de São Paulo (USP) Scarlatt
Marton, no livro Nietzsche, a transvolaração dos valores – ed. Moderna)
Nietzsche, ao rever os
valores morais ocidentais, ataca a moral cristã classificando- a como negação
da vida, para ele o homem subirá cada
vez mais alto, desde que deixar de desaguar em um Deus. Deixo aqui essa
reflexão como dizia Nietzsche “ Para Além do Bem e do Mal .
Bibliografia:
Chauí. Marilena.
Convite à Filosofia / Sátiro, Angélica. Iniciação ao Filosofar
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