A existência em cada um de nós se apresenta como um mistério. Não há como esconder somos o próprio mistério. Um mistério vivo: eu mesmo, você. Singulares e belos são os momentos em que o silêncio nos interroga e faz pensar. Somos únicos, representamos possibilidade única da própria humanidade. Somos um nos outros. Somos caminhantes e a cada dia estamos fazendo o caminho, o caminho de volta para a minha vida, para a sua vida, para o viver de cada um, para se saber único. O viver talvez seja isso, por mas que possamos falar a respeito, permanece não dito. A vida é sempre mais, infinitamente mais que tudo que possamos dizer a seu respeito. Nós somos assim, e é esse encontro com o silêncio que nos conduz além. Pois ao encontrar o limite do dizer, e ao enfrentar este limite por tocá-lo bem de perto, talvez seja preciso inverter a direção do pensar: em vez de ir de palavras já prontas, acabadas para dizer a vida, em vez de reduzir o mundo ás palavras já dadas, voltamos ao lugar onde a significação da palavra nasce, no qual tudo é novidade. E cada vez que nos olharmos em um espelho, bem no fundo de nossos olhos, talvez possamos nos ver como uma incessante novidade. Cada momento da vida é também uma novidade.
Pode ser, então, que eu não seja simplesmente eu, e que você não seja simplesmente você. Mas que nós estejamos nos fazendo, nos inventando , sentindo ás coisas e á vida, em nossa própria diferença, de um modo único. Através dos olhos, e além deles, a imagem aponta para algo imenso e invisível. E talvez possamos sentir que a nossa presença no mundo é a fonte de uma imensa interrogação. Afinal, quem sou eu , mesmo? E quem é você?
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