FILOSOFAR PARA VER E VIVER MELHOR
Segundo Platão e Aristóteles, nós principiamos a filosofar a partir do momento em que vivenciamos uma experiência de espanto, estranhamento diante da realidade. Este estranhamento nos permite ver o quanto é surpreendente, admirável o mundo, a vida, os fenômenos todos do universo. Descobrimos que as coisas não são assim porque são simplesmente , nada é tão óbvio, e o que chamamos de óbvio é apenas aquilo em que nós paramos de pensar.
O estranhamento, admiração que inaugura o filosofar em nossas vidas nos faz ver os limites do nosso próprio conhecimento. Ao saber que nada sabemos, passamos a questionar, investigar a realidade e passamos a repensar o mundo e as nossas vidas. Assim como na Alegoria da Caverna de Platão, o filosofar quer a superação de uma cegueira. Esta cegueira daquele que pensa o que ele sabe é tudo o que há para saber. Não há cegueira maior do que pensarmos que sabemos tudo. Aquele que pensa que sabe tudo vive em estado de ignorância e em uma relação ingênua com o mundo.
Apropriando-me de falas do senso comum e poético digo: Não há como saber o gosto de uma maçã sem saboreá-la. Assim não há como compreender a significação das palavras saudade, amor, amizade e tantas outras, sem tais experiências que podem ampliar a significação destes termos. Quando relacionamos conhecimento e experiência, as idéias se ligam com a vida,pois não se trata apenas de explicar através das palavras definições, o que poderia não ter nada significativo. O mesmo ocorre com o filosofar: Para compreendê-lo precisamos retornar á experiências que está em sua origem. Para vivenciar, cada um ao seu modo, a admiração diante da realidade.
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