Não posso afirmar nada, mas posso questionar tudo, por essas e tantas razões trago essa reflexão com a intenção de provocar o que o filósofo Thomas Hobbes dizia:”O homem é o lobo do homem” bem como as palavras de Rousseau: o poder, a desigualdade surge a partir do momento que o homem fez um cercado é disse –“ isso é meu.”
Os ninguéns
As pulgas sonham em comprar um cão,
E os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chove de repente,
Que chova a boa sorte a cântaros, mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã,
Nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem mesmo que a mão esquerda coce , ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fudidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam,
Que não falam idiomas, falam dialetos;
Que não praticam religiões praticam superstições,
Que não fazem arte faz artesanato,
Que não são seres humanos, são recursos humanos,
Que não tem cultura tem folclore,
Que não tem cara têm braços;
Que não tem nome têm número;
Que não aparecem na história universal aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Autor desconhecido by Rosinha Flô
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