“Narciso acha feio o que não é espelho”
Caetano Veloso
Os mitos sempre fascinaram e continuam a exercer um encantamento sobre o homem. Retomar, ressignificar o mito de Narciso para observar, dialogar, refletir a minha vida cotidiana e profissional de uma longa experiência na educação especial; é poder trazer a tona o que ouvi,, vi, e experimentei, em vários momentos das práticas pedagógicas no espaço escolar e fora dele. Práticas que ora e outra se revelaram em incessante jogo de exclusão e inclusão, do mesmo, do belo e do feio.
A síndrome de Narciso é o retrato do preconceito, da exclusão, da incapacidade de reconhecer e conviver com o diferente, com o outro. Nessa perspectiva uma das pautas de discussão da modernidade é o pensar e repensar sobre o papel do ambiente sócio-econômico – cultural em relação ao diferente. Portanto, é necessário refletir sobre o “outro” no sentido da alteridade.
Narciso com seu ego hipertrofiado trata o diferente com indiferença. Quantos Narcisos há em nosso meio? Ensinando e não aprendendo com os diferentes apropriando –se da indiferença? Excluindo e não incluindo? Reproduzindo o mesmo? Quantos Narcisos limitando a vida humana tomando como referência o princípio do que seja normal ou patológico?
Imprimo aqui sonhos, desejos, as histórias, os conflitos ecoando na voz e vez do diferente, “o outro “e ao pensar sobre esta questão lanço minha inquietação: É possível a inclusão num modelo de sociedade excludente? Este é o desafio.
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