Das coisas do coração, de coração para coração.
Segundo Erich Fromm, "O amor não é , primacialmente, uma relação para com uma pessoa específica; é uma atitude, uma orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e não para com um"objeto" de amor. Se uma pessoa ama apenas a uma outra pessoa e é indeferente ao resto dos seus semelhantes, seu amor não é amor, mas um afeto simbíótico, ou um egoísmo ampliado. Contudo, a maioria cré que o amor é constituído pelo objeto e não pela faculdade. De fato, acredita-se mesmo que a prova da intensidade do amor está em não amar ninguém além da pessoa "amada". Isso é um equivoco , pois, o fato de não se ver que o amor é uma atividade, uma forma, uma força da alma, acredita-se que tudo quanto é necessário encontrar é objeto certo - e tudo o mais irá depois por si. Tal atitude pode ser comparada à alguém que queira pintar mas, em vez de apresentar a arte, proclama que lhe basta esperar pelo objeto certo, passando pintá-lo belamente quando o encontrar. Se verdadeiramente amo alguém, então amo a todos, amo o mundo, amo a vi
da. Se posso dizer a outrem "Eu te amo", devo ser capaz de dizer: "Amo em ti a todos, através de ti amo o mundo, amo-me a mim mesmo em ti"
Dizer que o amor é uma orientação que se refere a todos e não a um não implica, entretanto, a ideia de que não haja diferenças entre vários tipos de amor, que dependem da especie de objeto que é amado.
Fromm ,
Erich. A arte de amar, Belo Horizonte: Itatiaia, 1980. p. 71-2
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