TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

terça-feira, 12 de outubro de 2010

ManJaR dOs DeUses: Aos Mestres com carinho, o que temos para comemorar?



A educação, na teoria de Bourdieu, perde o papel que lhe fora atribuído de instância transformadora e democrátizadora das sociedades e passa a ser vista como uma das principais instituições por meio da qual se mantêm e se legitimam os privilégios sociais. Trata-se, portanto, de uma inversão total de perspectiva. Bourdieu oferece um novo quadro teórico, segundo ele a escola e o trabalho pedagógico por ela desenvolvido só poderiam ser compreendidos, na perspectiva sociológica, quando relacionados ao sistemas das relações entre as classes. A escola não seria uma instância neutra que transmitiria uma forma de conhecimento intrinsecamente superior ás outras formas de conhecimento, e que avaliaria os alunos com base em critérios universalistas; mas , ao contrário, ela é concebida como uma instituição á serviço da reprodução e da legitimação da dominação exercida pelas classes dominantes cumpriria assim, simultaneamente, sua função de reprodução e de legitimação das desigualdades sociais.
É assustador, e provocante as idéias de Bourdieu, pois somos representantes dessa instituição chamada ESCOLA, se tomarmos a provocação de Bourdieu veremos a educação, de certa forma, reproduzindo as desigualdades que se verificam na sociedade, por meio de estratégias de dominação, da burocratização dos sistemas escolares, que se consolida por meio das políticas públicas. Dito isso, vale retomar um pouco a reflexão sobre o papel do professor na sociedade atual: o sistema educacional está formando o professor para exercer efetivamente a função de educador? Partindo do pressuposto de ser a escola uma agência socializadora, o professor pode ainda comprometer-se com a educação emancipadora, como Paulo Freire defendia ? Ou seja, tornar-se sujeito de crítica e transformação, visto que a sociedade atual não minimiza os problemas da profissão, desqualifica a profissão e não dá respaldo para uma efetiva atuação do professor como educador ? Será que a nossa função é só sonhar com um admirável mundo novo?
Aos mestres com carinho, o que temos para comemorar? Para suavizar esse estado de delírios pedagógicos, de acorrentamento da alma recorro ao mestre, poeta Fernando Pessoa para dar raízes e asas para os que amam a educação e sonham com uma educação emancipadora e ora ou outra possam dizer:

Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar,
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
um espectador de mim mesmo,
Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas
e músicas invisíveis.
                                Fernando Pessoa & Bourdieu e Educação







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