TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

domingo, 26 de setembro de 2010

DoCe ILuSão e AmaRgA UtOpiA: CiDaDAnIA

O sociólogo británico Thomas Humprey Marschal conhecido principalmente pelos seus ensaio entre os quais o que mais se destacou “cidadania e classe social, publicado em 1950. A partir desse ensaio deixou registrado uma série de análises sobre o desenvolvimento da cidadania como desenvolvimento dos direitos civis , seguidos de direitos políticos e dos direitos sociais, nos séculos XVIII,XIX e XX. Foi ele que intrduziu o conceito de direitos sociais, sustentando que a cidadania só é plena se é dotada de todos os três tipos de direitos e esta condição está ligada á classe social provavelmente seja o fator de obstáculo do exercício pleno da cidadania de ontem e de hoje. Segundo, Marchall analisando o percurso dos direitos de cidadania que , apesar da resistência dos grupos dominantes, foram sucessivamente conquistados e incorporados. Como:

 A instituição da Cidadania Civil consagrou, no século XVIII, as liberdades individuais, como as de expressão, de pensamento e de credo religioso;

 A Cidadania Política constituiu-se no século XIX, a extensão do direito de voto e de participação dos cidadãos no exercício do poder político;

 A Cidadania Social e Econômica consagrou no século XX os direitos á educação, á saúde, ao sálario digno e á terra.

 Evidentemente, no Brasil todas essas conquistas , esses reconhecimentos não tornou tais direitos reiais imediatamente, pois eles são objetos de lutas cotidianas

Diante do nosso pequeno olhar as coisas parecem estar no mundo ao bel – prazer , entretanto, é necessário percorrermos os caminhos das pedras para compreendermos e fazermos as nossas escolhas e percebermos que o mundo muda quando eu mudo as minhas atitudes e muitas vezes nos engajando em movimentos sociais ou não, se hoje desfrutamos dessas conquistas analisadas por Marschal foi devido a participação da coletividade visando o bem comum. O que mais nos aflige nesse século? Que direitos temos que construir? De que exercício de cidadania é necessário nos impregnarmos? Se você pensou na relação da Ecologia e cidadania, você é um dos nossos que provávelmente tem sofrido com o resultado das queimadas, calor, seca, afetando a saúde, o bem estar de todos. Assim, me reporto nos anos de 1960/1970 , os ecologistas eram considerados pessoas sonhadoras e utópicos. Muitos acreditavam que suas idéias eram obstáculos , empecilhos para o desenvolvimento econômico, uma vez que sempre fizeram sérias críticas ao consumismo e a exploração abusiva dos recursos naturais do planeta. Agora, diante dos graves desafios que se apresentam especialmente este ano o Estado de Mato Grosso vivencia dias de intenso calor, seca, queimada, a fauna e flora cozinhando conosco, dia e noite se confundem.
O mundo melhor é possível?. Carlos Minc, em seu livro: Ecologia e Cidadania, vislumbra a esperança de que o século XXI incorpore a Cidadania Ecológico como direito real ao ambiente saudável, á saúde ocupacional e á qualidade de vida. Uma nova era, na qual a natureza será tratada como aliada e não como inimiga, se aproxima, e o meio ambiente será considerado patrimõnio genético e social, base da vida da população.
Quando de fato o ser humano perceber que : “TUDO E UNO”, como disse Tales de Mileto em outro contexto, quando as sociedades incorporarem de fato a Cidadania Ecológica, os direitos dos índios, dos seringueiros, o direito ao ar puro, ao sol e ao verde serão tão cristalinos quanto o são hoje, e os direitos á informação universal. Então, de fato compreenderemos o que é Cidadania Ecológica.
E para aqueles que negarem a não instalarem tratamentos de efluentes industriais ou a elaborar audiências públicas relatórios de impacto ambiental de suas atividades, o que descumprem a legislação ambiental e agridem os ambientalistas, acreditem estão desempenhando o mesmo papel daqueles que resistiram á libertaçao dos escravos, extensão de voto ás mulheres e á educação, momentos que foram cruciais para o atraso na história da constituição da cidadania.
A ecológica é representada diferente para cada classe social, pois a percepção está ligada ás experiências sociais concretas, portanto, não basta reduzi-la somente á idéia de amor aos animais, a conselhos: apague a luz, não desperdice água, proteja sua pele, jogue lixo no lixo e tantos outros. Segundo Carlos Minc, a ecologia foi banalizada pela Mídia, tem sido tratada de forma caricatural e ingênua dificultando o conhecimento de luta ecológica, das histórias de resistência e de aliança com movimentos sociais que possibilitaram, entre outras coisas, transformar tecnologia de grandes fábricas, substituir combustíveis poluentes e garantir a sobrevivência de nações indígenas.

“Ecologia sem história e sem conteúdo torna impossível compreender a luta do serigueiro Chico Mendes - a defesa dos seringais do Acre e dos povos da floresta - , bem como a causa de sua morte a mando dos fazendeiros da região.”(palavras de Carlos Minc)

“Ecologia não é receita de bolo” (Carlos Minc)

“A poluição não é democrática “ (Carlos Minc)

Para finalizar pense nisso: Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a simples arte de vivermos junto como irmãos. Martin Luther King













ArOmA de MeL com LiMãO: A InTerEzA do SeR




           

Quarto de badulaques, obra de Rubem Alves lá encontrei a intimidade, a instaneidade de seu olhar, o desassosego de suas impressões da relação: Homem e Natureza. Pensamentos inquietos que povoam o dia-a-dia nosso, que nos assaltam antes de dormir, ouçam, degustem, sintam, cheirem.
                       

  O SONHO DA NATUREZA
Penso que a natureza sonha. Montanha, florestas, mares, ares, rios, lagos, nuvens, cachoeiras, animais, flores ,todos sonham um mesmo sonho. Sonham que chegará o dia em que os seres humanos desparacerão da face da terra. Pois os dinossauros não desapareceram? Quando isso acontecer, será a felicidade! a natureza estará, finalmente, livre dos demônios que a destroem. A natureza, então tranqüilamente, sem pressa, se curará das feridas que nós lhe causamos.





sábado, 25 de setembro de 2010

ChEiRo de CrAvo E CanELa: A SuStEnTabiLiDaDe do SeR

A CARTA DO ÍNDIO


“O que ocorrer com a terra,

recairá sobre os filhos da terra.

Há uma ligação em tudo.”



Em 1854 o chefe índio Seattle enviou uma carta ao Presidente dos Estados Unidos em resposta a sua proposta para comprar as terras onde a tribo morava. A visão ecológica (a palavra ecologia nem existia na época) dele é surpreendente.

Leia a carta na íntegra:

 "Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa

-idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho

-da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
 
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.

O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nósO Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.
E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.
Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.
Onde está o arvoredo? Desapareceu.

Onde está a águia? Desapareceu.

É o final da vida e o início da sobrevivência"



terça-feira, 21 de setembro de 2010

SABOR E DOR: A InSusTenTabILidAdE LevEza do SeR


OS RIOS MORREM DE SEDE.

AS FLORESTAS ESTÃO COM CÂNCER PULMONAR E GEMEM DE DOR.



O HOMEM?? O HOMEM É O LOBO DO HOMEM (Thomas Hobbes)

sábado, 18 de setembro de 2010

O oDor, A DoR , A cOr e o SaBoR: PoLíTiCa - EspeTácULo e PoDeR

Tenho me exorcizando para pensar com clareza, normalmente consigo. Mas, diante do espetáculo pré-eleitoral minha razão entra em colapso. Minhas idéias são surrupiadas. Subitamente me exorcizo, invoco, em meu socorro por aqueles que pensaram racionalmente sobre a política: Platão, Aristóteles, Maquiavel e tantos outros. Homens com idéias maravilhosas. Mas, não me socorre, o que acontece no nosso país está muito além da imaginação, do bem e do mal. O que me leva a concordar com Rubem Alves que a nossa política não pode ser entendida com cabeça de filósofo, mas sim com cabeça de Bufão. E isso George Orwell fez muito bem quando chegou semelhante conclusão e escreveu o livro: A revolução dos bichos. Assim, nessa perfeita insanas visões sobre política tenho que admitir que os tais políticos profissionais antes de ser o que são foram cidadãos comuns, muitos são pais, mães, avós, filhos, amigos, namorados, amantes, profissionais de diversas áreas e convivem normalmente conosco o que é mais grave, pois a qualquer momento podemos ser seduzidas(os) por eles ou elas. Então, me pego constantemente naquela tão chamada dúvida Socrática e de posse do exercício da maiêutica passo a perceber a síndrome psicopáticas e de prostitutos de valores invertidos estampados na carne do cidadão comum, dito do bem se metamorfoseando em político profissional como um belo Camaleão ou uma linda borboleta . Um “Ser” a ser seguido, imitado. São indivíduos que clamam por justiça, rotam ética, são imbuídos de espíritos coletivos e de princípios de alteridade, são inteligentes e estrategistas, muitos parecem ser justos. Em meio a esse teatro que culmina com espetáculo e poder, sedução e tal feitiço me faz indagar qual é a relação entre política, estética e ética? Política e casamento? Política e religião? Política e família? Política e escola?. Tenho tentado e estou aprendendo a ser “Ser Humano” francamente não tem sido fácil, quando a experiência me aponta e a teoria me diz que não há como se tornar um ser humano sem conviver, relacionar. A convivência com valores éticos, morais, estético sociais... isso nos torna humanos. Infelizmente na sociedade atual, as pessoas que pautam sua vida por princípios de vida consistentes e por valores são cada vez mais raras. Necessitamos de homens e mulheres que verdadeiramente sejam exemplos de vida que auxiliem nesta difícil tarefa. Segundo a concepção de Piaget, reforçada por Edgar Morin, os estágios evolutivos da consciência moral são: anomia, heteronomia, socionomia e autonomia. A anomia se caracteriza pela ausência total de leis. O indivíduo age meramente por prazer, fugindo de qualquer perspectiva de dor. A heteronomia já acontece o reconhecimento da lei no outro, que pode ser o pai, o professor... o respeito á regra se dá por medo da punição. No estágio socionômico manda o grupo, que define a regra de sobrivivência nele (fase adolescente) Finalmente o estágio da autonomia, auge da consciência moral madura, que se reflete na assunção da lei como necessária e fundamental na construção da personalidade e da relação social positiva. Entre nós, muitos adultos do ponto de vista moral ainda se situam na anomia e vivem entre o espetáculo e o poder da arte da politicagem é por essas e outras configurações da representação desse mundo que ora e outra sinto uma inquietação, caio, enrolo a perguntar:: Será que um mundo melhor é possível?








AlHos e BuGalHos: SchOpEnHaUeR

domingo, 12 de setembro de 2010

CHeiRo, CoR e ImAgEM: "TudO que é SóliDo se DesmanChA no Ar"



É fantástico como os filósofos se apropriavam de metáforas criando imagens usando esse recurso da literatura para servir a filosofia nos levando a filosofar. Quando Marx disse que: “Tudo que é sólido se desmancha no ar” provavelmente instigou a quietude daqueles que acreditavam nas coisas permanentes, estáticas e aparentemente sólidas. Pois, para alguns o que é sólido não se desmancha no ar. Segundo o Filósofo Paulo Ghiraldelli Jr essa frase é do Manifesto Comunista (1848) foi cantada aos quatro ventos em todos os continentes. Ela foi cunhada pela genialidade literária de Marx para caracterizar a modernidade, para mostrar como que os então denominados “os burgueses” haviam mudado a face do mundo, e que aquele mundo em que ele pisava já era o produto da poeira do que havia sido considerado sólido. Os próprios “burgueses” não haviam se dado conta de que haviam movido o mundo de um modo perigosamente irreversível, e que as revoluções que apoiaram, com fé ou a contragosto, poderiam não parar mais. E isso valia, na mente de Marx, para o sólido literal e o sólido metafórico. Idéias sólidas teriam tanta precariedade quanto às coisas materiais sólidas. Se remetermos aos dias de hoje podemos constatar a poeira daquilo que já tinha sido sólido como: os relacionamentos, o papel da família, os valores, as questões ambientais, a função da Escola , o Estado, a função da política, a Religião e tantas outras idéias, instituições que estão se desmanchando no ar como uma bolha de sabão ou como uma flor do campo, Marx tinha razão.



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

TeMpo de ManGa VeRdE: TemPo, TeMpo...


O que é o tempo para Santo Agostinho ?


Santo Agostinho vai dividir o tempo em três partes: passado, presente e futuro. Segundo Santo Agostinho, os tempos, existem na mente o que , em sua doutrina, equivale a dizer “na alma”. O passado não existe mais; sua existência só é possível na alma do ser humano, por meio da memória. É essa potencialidade que permite que as coisas passadas venham novamente à nossa presença. Apenas a recordação, portanto, é que torna possível falarmos de um tempo passado. O presente é o conjunto de nossas sensações e pensamentos do momento aquilo que percebemos diante de nós e o que estamos cogitando; é a percepção e a consciência. Finalmente, o futuro é a espera: nossas previsões, nossas esperanças, e nosso conhecimento sobre as conseqüências previsíveis de determinados atos. Então, Santo Agostinho conclui que existem, pois estes três tempos na nossa mente lembrança presentes das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras. Assim, o tempo flui incessantemente, vindo do futuro em direção ao passado, atravessando o presente.
                      Confissões, Santo Agostinho.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Flores e Cores : A ArTE dA PruDêNCiA

O livro A Arte da Prudência , publicado originalmente em 1647, na Espanha, foi escrito por Baltasar Gracián com o intuito de oferecer aos homens do seu tempo um guia para ajudá-los a se desemaranhar nos labirintos das intrigas, das dúvidas e das maledicências cotidianas. Convido, portanto, o leitor a se deitar numa rede e deslizar docemente até aquele estado de graça necessário para enfrentar, como o devido destaque, a leitura de Gracián. Veja um dos aforismos que selecionei para refletirmos diante dessa imagem tão linda da natureza humana em dia de domingo.

NÃO VIVER COM PRESSA.

Saber distribuir o tempo é saber aproveitá-lo. Para muitos sobra vida e falta felicidade. Desperdiçam as alegrias por não saber saboreá-las. Quando estão á frente, gostariam de voltar atrás. Querem comer em um dia o que só poderão digerir em toda a vida. Vivem os prazeres apressadamente, devoram os anos que estão por vir e, como fazem tudo às pressas, logo acabam com tudo. Até no desejo de conhecimento é preciso moderação para que as coisas não sejam mal aprendidas. Há mais dias que alegrias. Por isso, faça depressa e desfrute devagar. O efeito é  melhor do que opor fazer, mas as alegrias, uma vez acabadas, ficam muito pior.