O sociólogo británico Thomas Humprey Marschal conhecido principalmente pelos seus ensaio entre os quais o que mais se destacou “cidadania e classe social, publicado em 1950. A partir desse ensaio deixou registrado uma série de análises sobre o desenvolvimento da cidadania como desenvolvimento dos direitos civis , seguidos de direitos políticos e dos direitos sociais, nos séculos XVIII,XIX e XX. Foi ele que intrduziu o conceito de direitos sociais, sustentando que a cidadania só é plena se é dotada de todos os três tipos de direitos e esta condição está ligada á classe social provavelmente seja o fator de obstáculo do exercício pleno da cidadania de ontem e de hoje. Segundo, Marchall analisando o percurso dos direitos de cidadania que , apesar da resistência dos grupos dominantes, foram sucessivamente conquistados e incorporados. Como:
A instituição da Cidadania Civil consagrou, no século XVIII, as liberdades individuais, como as de expressão, de pensamento e de credo religioso;
A Cidadania Política constituiu-se no século XIX, a extensão do direito de voto e de participação dos cidadãos no exercício do poder político;
A Cidadania Social e Econômica consagrou no século XX os direitos á educação, á saúde, ao sálario digno e á terra.
Evidentemente, no Brasil todas essas conquistas , esses reconhecimentos não tornou tais direitos reiais imediatamente, pois eles são objetos de lutas cotidianas
Diante do nosso pequeno olhar as coisas parecem estar no mundo ao bel – prazer , entretanto, é necessário percorrermos os caminhos das pedras para compreendermos e fazermos as nossas escolhas e percebermos que o mundo muda quando eu mudo as minhas atitudes e muitas vezes nos engajando em movimentos sociais ou não, se hoje desfrutamos dessas conquistas analisadas por Marschal foi devido a participação da coletividade visando o bem comum. O que mais nos aflige nesse século? Que direitos temos que construir? De que exercício de cidadania é necessário nos impregnarmos? Se você pensou na relação da Ecologia e cidadania, você é um dos nossos que provávelmente tem sofrido com o resultado das queimadas, calor, seca, afetando a saúde, o bem estar de todos. Assim, me reporto nos anos de 1960/1970 , os ecologistas eram considerados pessoas sonhadoras e utópicos. Muitos acreditavam que suas idéias eram obstáculos , empecilhos para o desenvolvimento econômico, uma vez que sempre fizeram sérias críticas ao consumismo e a exploração abusiva dos recursos naturais do planeta. Agora, diante dos graves desafios que se apresentam especialmente este ano o Estado de Mato Grosso vivencia dias de intenso calor, seca, queimada, a fauna e flora cozinhando conosco, dia e noite se confundem.
O mundo melhor é possível?. Carlos Minc, em seu livro: Ecologia e Cidadania, vislumbra a esperança de que o século XXI incorpore a Cidadania Ecológico como direito real ao ambiente saudável, á saúde ocupacional e á qualidade de vida. Uma nova era, na qual a natureza será tratada como aliada e não como inimiga, se aproxima, e o meio ambiente será considerado patrimõnio genético e social, base da vida da população.
Quando de fato o ser humano perceber que : “TUDO E UNO”, como disse Tales de Mileto em outro contexto, quando as sociedades incorporarem de fato a Cidadania Ecológica, os direitos dos índios, dos seringueiros, o direito ao ar puro, ao sol e ao verde serão tão cristalinos quanto o são hoje, e os direitos á informação universal. Então, de fato compreenderemos o que é Cidadania Ecológica.
E para aqueles que negarem a não instalarem tratamentos de efluentes industriais ou a elaborar audiências públicas relatórios de impacto ambiental de suas atividades, o que descumprem a legislação ambiental e agridem os ambientalistas, acreditem estão desempenhando o mesmo papel daqueles que resistiram á libertaçao dos escravos, extensão de voto ás mulheres e á educação, momentos que foram cruciais para o atraso na história da constituição da cidadania.
A ecológica é representada diferente para cada classe social, pois a percepção está ligada ás experiências sociais concretas, portanto, não basta reduzi-la somente á idéia de amor aos animais, a conselhos: apague a luz, não desperdice água, proteja sua pele, jogue lixo no lixo e tantos outros. Segundo Carlos Minc, a ecologia foi banalizada pela Mídia, tem sido tratada de forma caricatural e ingênua dificultando o conhecimento de luta ecológica, das histórias de resistência e de aliança com movimentos sociais que possibilitaram, entre outras coisas, transformar tecnologia de grandes fábricas, substituir combustíveis poluentes e garantir a sobrevivência de nações indígenas.
“Ecologia sem história e sem conteúdo torna impossível compreender a luta do serigueiro Chico Mendes - a defesa dos seringais do Acre e dos povos da floresta - , bem como a causa de sua morte a mando dos fazendeiros da região.”(palavras de Carlos Minc)
“Ecologia não é receita de bolo” (Carlos Minc)
“A poluição não é democrática “ (Carlos Minc)
Para finalizar pense nisso: Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a simples arte de vivermos junto como irmãos. Martin Luther King