TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O ChEiRo dA CarNe: O ReI eStá NU

Essa é uma de tantas histórias que encontro nos livros de Rubem Alves, a tomo emprestada de corpo e alma como um vaga-lume iluminando o nosso caminhar, o caminhar do pensar. Veja como ele reconta esse conto infantil com finais diferentes e vamos atravessando a fronteira do filosofar, pois no nosso cotidiano nem todos percebem que o Rei está Nu, belíssima metáfora para nos alertar da cegueira, da conformidade, comodismo que ora ou outra abate o Ser Humano.  Além disso podemos nos remeter ao Mito da Caverna de Platão, mundo sensível e mundo inteligível : Aparência e Essência.Ouçamos:



Algumas das estórias de Hans Christian Andersen estão cheias de humor e ironia, como aquela do rei vaidoso que gostava de se vestir elegantemente. Vou recontar esta estória com dois finais: o dele e o meu.
“Havia um rei muito tolo que adorava roupas bonitas. Os tolos, geralmente, gostam de roupas bonitas. Pois esse rei enviava emissários por todo o país com a missão de comprar roupas diferentes. Era o melhor cliente da Daslu. Os seus guarda-roupas estavam entulhados com ternos, sapatos, gravatas de todas as cores e estilos. Eram tantas as suas roupas que ele estava muito triste porque seus emissários já não encontravam novidades.
Dois espertalhões ouviram falar do gosto do rei pelas roupas e viram nisso uma oportunidade de se enriquecerem às custas da vaidade da Majestade. A vaidade torna bobas as pessoas: elas passam a acreditar nos elogios dos bajuladores... Foi isso que aconteceu com um corvo vaidoso que estava pousado no galho de uma árvore com um queijo na boca: por acreditar nos elogios da raposa ficou sem queijo...
Pois os dois espertalhões-raposa foram até o palácio real e anunciaram-se na portaria, apresentando o seu cartão de visitas: “Doutor Severino e Doutor Valério, especialistas em tecidos mágicos.”
O rei já havia ouvido falar de tecidos de todos os tipos mas nunca ouvira falar de tecidos mágicos. Ficou curioso. Ordenou que os dois fossem trazidos à sua presença. Diante do rei fizeram uma profunda barretada, tirando seus chapéus.
“Falem-me sobre o tecido mágico”, ordenou o rei.
Um dos espertalhões, o mais loquaz, se pôs a falar.
“Majestade, diferente de todos os tecidos comuns, o tecido que nós tecemos é mágico porque somente as pessoas inteligentes podem vê-lo. Vestindo um terno feito com esse tecido Vossa Majestade será cercado apenas por pessoas inteligentes, pois somente elas o verão...”
O rei ficou encantado e imediatamente contratou os dois espertalhões, oferecendo-lhes um amplo aposento onde poderiam montar os seus teares e e tecer o tecido que só os inteligentes poderiam ver..
Passados alguns dias o rei mandou chamar o ministro da educação e ordenou-lhe que fosse examinar o tecido. O ministro dirigiu-se ao aposento onde os tecelões estavam trabalhando.
“Veja, excelência, a beleza do tecido”, disseram eles com a mãos estendidas. O ministro da educação não viu coisa alguma e entrou em pânico. “Meu Deus, eu não vejo o tecido, logo sou burro...” Resolveu, então, fazer de contas que era inteligente e começou a elogiar o tecido como sendo o mais belo que havia visto.
“Majestade”, relatou o minsitro da educação ao rei, “o tecido é incomparável, maravilhoso. De fato os tecelões são verdadeiras magos!” O rei ficou muito feliz.
Passados mais dois dias ele convocou o ministro da guerra e ordenou-lhe que examinasse o tecido. Aconteceu a mesma coisa. Ele não viu coisa alguma. “ Meu Deus”, ele disse, “ não sou inteligente. O ministro da educação viu e eu não estou vendo...” Resolveu adotar a mesma tática do ministro da educação e fez de contas que estava vendo. O rei ficou muito feliz com a seu relatório. E assim aconteceu com todos os outros ministros. Até que o rei resolveu pessoalmente ver o tecido maravilhoso. Mas, como os ministros, ele não viu coisa alguma porque nada havia para ser visto. Aí ele pensou: “Os ministros da educação, da guerra, das finanças, da cultura, das comunicações viram. São inteligentes. Mas eu não vejo nada! Sou burro. Não posso deixar que eles saibam da minha burrice porque pode ser que tal conhecimento venha a desestabilizar o meu governo...” O rei, então, entregou-se a elogios entusiasmados ao tecido que não havia.
O cerimonial do palácio determinou então que deveria haver uma grande festa para que todos vissem o rei em suas novas roupas. E todos ficaram sabendo que somente os inteligentes as veriam. A mídia, televisão e jornais, convidaram todos os cidadãos inteligentes a que comparecessem à solenidade.
No Dia da Pátria, a cidade engalanada, bandeiras por todos os lados, bandas de música, as ruas cheias, tocaram os clarins e ouviu-se uma voz pelos alto-falantes:
“Cidadãos do nosso país! Dentro de poucos instantes a sua inteligência será colocada à prova. O rei vai desfilar usando a roupa que só os inteligentes podem ver.”
Canhões dispararam uma salva de seis tiros. Ruflaram os tambores. Abriram-se os portões do palácio e o rei marchou vestido com a sua roupa nova.
Foi aquele oh! de espanto. Todos ficaram maravilhados. Como era linda a roupa do rei! Todos eram inteligentes.
No alto de uma árvore estava encarapitado um menino a quem não haviam explicado as propriedades mágicas da roupa do rei. Ele olhou, não viu roupa nenhuma, viu o rei pelado exibindo sua enorme barriga, suas nádegas murchas e vergonhas dependuradas. Ficou horrorizado e não se conteve. Deu um grito que a multidão inteira ouviu:
“O rei está pelado!”
Foi aquele espanto. Um silêncio profundo. E uma gargalhada mais ruidosa que a salva de artilharia. Todos gritavam enquanto riam: “ O rei está nu, o rei está nu...”
O rei tratou de tapar as vergonhas com as mãos e voltou correndo para dentro do palácio.
Quanto aos espertalhões, já estavam longe e haviam transferido os milhões que haviam ganho para um paraíso fiscal...”
Não foi bem assim que Hans Christian Andersen contou a estória. Eu introduzi uns floreados para torná-la mais atual. Agora vou contar a mesma estória com um fim diferente. Ela é em tudo igual à versão de Andersen, até o momento do grito do menino.
“O rei está pelado!
Foi aquele espanto. Um silêncio profundo. Seguido pelo grito enfurecido da multidão.
“Menino louco! Menino burro! Não vê a roupa nova do rei! Está querendo desestabilizar o governo! É um subversivo, a serviço das elites!”
Com estas palavras agarraram o menino, colocaram-no numa camisa de força e o internaram num manicômio.

Moral da estória: Em terra de cego quem tem um olho não é rei. É doido.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Para FiloSofar: ao SaboR da CanÇão: A IdadE do Céu.

As palavras e as coisas, o sentido do existir. O que é a vida? O que é viver? Quem sou? de onde vim ? Para onde vou? Somos da idade do céu? a arte do filosofar: Idade do Céu.A Idade Do Céu


Zélia Duncan

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...

Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...

Ranhan! Anhan! Hum! Hum!
Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...

Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...


Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah!
Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...(2x)
A mesma idade
Que a idade do céu
Calma!



AroMa dE FRutAS, FoLhAS, FLoReS SecAS: ViStA CaNsADA

O Filósofo Mearleu Ponty certa vez disse que “Filosofia é reaprender ver o mundo” bom seria se todos experimentassem esse exercício a cada manhã, quem sabe a vida teria mais sentido e vislumbrasse o sabor do bem viver. Dizem que as crianças, os poetas, os filósofos enxergam o mundo de um modo diferente, pois são seres curiosos, se espantam com a realidade que vive, tira do banal o que parece ser banal, tem o olhar perplexo. Otto Lara Resende, escreveu uma crônica com o seguinte título: Vista Cansada , relata que é preciso olhar o mundo como se fosse a primeira vez se opondo a um outro escritor americano que achava que se devia olhar as coisas como se fosse pela última vez. Veja só o que aconteceu com esse escritor americano que Otto Lara toma como objeto de reflexão para que possamos reaprender ver o mundo como propunha Mearleu Ponty . O que será que acontece conosco que diante do mundo não nos espantamos mais? Com o tempo o nosso olhar se torna uma vista cansada? O que é ter uma vista cansada? Como reaprender ver o mundo?

                                                               VISTA CANSADA

                                                                              Otto Lara Rezende

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa á sua volta como se viesse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi o outro escrito quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem alto de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o roia – e daquele tiro brutal.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe pergunta o que é o que você vê no caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo ponteiro. Dava-lhe bom- dia e ás vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente , coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isto existe às pampas. Nossos olhos se gastam do dia-a-dia, opacos. É por ai que se instala no coração o monstro da indiferença.



quarta-feira, 20 de abril de 2011

O SaBor Da LeiTuRa

É fascinante o jeito que o poeta Ricardo Azevedo conceitua a palavra leitura, nos instiga a imaginação, seduz selecionando as melhores palavras encadeando rimas, ritmo e continuidade à leitura trazendo toda magia do prazer que a leitura nos proporciona.


AULA DE LEITURA
                                           Ricardo Azevedo

A leitura é muito mais

Do que decifrar palavras.

Quem quiser parar para ver

Pode até se surpreender:

Vai ler nas folhas do chão,

Se é outono ou é verão;

Nas ondas soltas do mar,

Se é hora de navegar;


E no jeito da pessoa,

Se trabalha ou se é à-toa;



Na cara do lutador,

Quando está sentido dor;

Vai ler na casa de alguém

O gosto que o dono tem;

E no pêlo do cachorro,

Se é melhor gritar socorro;

E na cinza da fumaça,

O tamanho da desgraça;

E no tom que sopra o vento

Se correr o barco ou vai lento;

E também na cor da fruta,

E no cheiro da comida,


E na pele da pessoa,

E no brilho do sorriso,

Vai ler nas nuvens do céu,

Vai ler na palma da mão,

Vai ler até nas estrelas,

E no som do coração.

Uma arte que dá medo

É a de ler um olhar,

Pois os olhos têm segredos

Difíceis de decifrar.

domingo, 10 de abril de 2011

cHEIRO DE cRAvO e cANELA: SuRreAL!!!


Uma das virtudes da arte consiste em não respeitar a divisão estrita entre o imaginário e o real. Clarice Lispector costumava definir sua literatura como uma espécie de “linguagem sonâmbula”, uma escrita livre de obrigação de “fazer sentido”, mas que não deixava de ser expressão ou comunicação de experiências. Segundo ela escrita sonâmbula exige que o leitor tenha coragem de abandonar suas certezas em relação á fronteira entre o que é verdadeiro e o que é ficcional. A arte de poder dizer: dorme comigo acordado, e só assim poderá saber se meu sono  é grande, saberás o que é o deserto vivo. Rosinha FLô


O saboR, CoR, CHeiRo, FoRma: ViDA e ArTe

Frequentemente , ouvimos as pessoas dizerem que  arte é coisa inútil, ou convivemos com pessoas que chicoteiam, zombam das manifestações artísticas sem perceberem que a arte é o fundamento do mundo, pois todas as coisas existentes possuem forma, cor , textura, peso, cheiro, e esses objetos são apreendidos pelos nossos sentidos e pela nossa razão. Ao construir algo , qualquer coisa o criador está dando livre razão ao seu imaginário, tornando reais seus desejos, suas fantasias e seus sonhos. O ser humano é um ser sociável, vive circunscrito numa sociedade e convive com os seus semelhantes. As coisas têm por objetivo despertar no outro sensações de prazer ou dor, admiração ou repulsa, aprovação ou desaprovação. A arte é o centro da vida, e é a partir dela que deciframos o mundo. É somente com os olhos da arte que o homem consegue apreender a sua essência, pois esta se manifesta sob a forma artística. A arte é aprendida pela intuição e não pela razão. Nietszhe defendia uma época trágica, em que a arte ocuparia o lugar da ciência e da religião: um tempo em que a humanidade teria atrás de si a conciência da mais dura, da mais necessária das guerras, sem sofrer com isso. Segundo ele para conduzir o barco da vida, é preciso coragem e determinação. Aventurar-se por esse imenso mundo exige um gesto de heroísmo , pois viver não é fácil. Assim, a arte é  a luz que nos permite conhecer a vida e o mundo, nós, seres humanos , somos manifestações artísticas ; a vida é uma grande obra de arte; o mundo é, essencialmente, arte.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

CheIro de MeL e LimÃO: QUEm SoU EUUU????

QUEM SOU EUUU?????


A existência em cada um de nós se apresenta como um mistério. Não há como esconder somos o próprio mistério. Um mistério vivo: eu mesmo, você. Singulares e belos são os momentos em que o silêncio nos interroga e faz pensar. Somos únicos, representamos possibilidade única da própria humanidade. Somos um nos outros. Somos caminhantes e a cada dia estamos fazendo o caminho, o caminho de volta para a minha vida, para a sua vida, para o viver de cada um, para se saber único. O viver talvez seja isso, por mas que possamos falar a respeito, permanece não dito. A vida é sempre mais, infinitamente mais que tudo que possamos dizer a seu respeito. Nós somos assim, e é esse encontro com o silêncio que nos conduz além. Pois ao encontrar o limite do dizer, e ao enfrentar este limite por tocá-lo bem de perto, talvez seja preciso inverter a direção do pensar: em vez de ir de palavras já prontas, acabadas para dizer a vida, em vez de reduzir o mundo ás palavras já dadas, voltamos ao lugar onde a significação da palavra nasce, no qual tudo é novidade. E cada vez que nos olharmos em um espelho, bem no fundo de nossos olhos, talvez possamos nos ver como uma incessante novidade. Cada momento da vida é também uma novidade.

Pode ser, então, que eu não seja simplesmente eu, e que você não seja simplesmente você. Mas que nós  estejamos  nos fazendo, nos inventando , sentindo ás coisas e á vida, em nossa própria diferença, de um modo único. Através dos olhos, e além deles, a imagem aponta para algo imenso e invisível. E talvez possamos sentir que a nossa presença no mundo é a fonte de uma imensa interrogação. Afinal, quem sou eu , mesmo? E quem é você?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ao SaBoR do GoSTo e DeS (GosTO)

SaBe quEm AnDa Me ComEndO? O TEMPO. SiNtO uMa ImEnsa  sAUdADeS De miM, e PenSo: O que Seria de MIm se Não Fosse EU?  Rosinha Flô

domingo, 3 de abril de 2011

O sAboR e A DeLiCia De SEr o Que É: A ExpEriÊnCiA ExisTenCiAl

"Perguntar é mais importante que responder" já dizia Sócrates e veja como Zé Vicente provoca   o exercício de pensar,     trazendo para o palco da vida a experiência existencial: Quem sou eu? De onde vim ? Para onde vou?  em sua música MISTÉRIOS diz que todoas as coisas são mistérios te convido para filosofar  com  Zé Vicente, com olhos da alma e deixe os olhos da carne em qualquer esquina, becos , sofá.
MiStériOs

O que me faz viver,
o que me faz te amar,
nem sequer por que eu penso em você,
não consigo explicar,
O vento que sopra na rosa,
a luz que brilha em teu olhar,
o que ferve aqui dentro do peito ao te beijar

Por que tanta dor pela rua,
Por que tanta morte no ar,
Por que os homens promovem a guerra
Em nome da paz?
Por que o cientista não mostra
um jeito bem feito afinal
que seja a vacina do amor,
contra o vírus do mal (...)

FiLoSoFaR: O (Des) sAbOr Da MaÇA

FILOSOFAR PARA VER E VIVER MELHOR


Segundo Platão e Aristóteles, nós principiamos a filosofar a partir do momento em que vivenciamos uma experiência de espanto, estranhamento diante da realidade. Este estranhamento nos permite ver o quanto é surpreendente, admirável o mundo, a vida, os fenômenos todos do universo. Descobrimos que as coisas não são assim porque são simplesmente , nada é tão óbvio, e o que chamamos de óbvio é apenas aquilo em que nós paramos de pensar.

O estranhamento, admiração que inaugura o filosofar em nossas vidas nos faz ver os limites do nosso próprio conhecimento. Ao saber que nada sabemos, passamos a questionar, investigar a realidade e passamos a repensar o mundo e as nossas vidas. Assim como na Alegoria da Caverna de Platão, o filosofar quer a superação de uma cegueira. Esta cegueira daquele que pensa o que ele sabe é tudo o que há para saber. Não há cegueira maior do que pensarmos que sabemos tudo. Aquele que pensa que sabe tudo vive em estado de ignorância e em uma relação ingênua com o mundo.

Apropriando-me  de falas do senso comum e poético digo: Não há como saber o gosto de uma maçã sem saboreá-la. Assim não há como compreender a significação das palavras saudade, amor, amizade e tantas outras, sem tais experiências que podem ampliar a significação destes termos. Quando relacionamos conhecimento e experiência, as idéias se ligam com a vida,pois não se trata apenas de explicar através  das palavras   definições, o que poderia não ter nada significativo. O mesmo ocorre com o filosofar: Para compreendê-lo precisamos retornar á experiências que está em sua origem. Para vivenciar, cada um ao seu modo, a admiração diante da realidade.