TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O SaBor Da LeiTuRa

É fascinante o jeito que o poeta Ricardo Azevedo conceitua a palavra leitura, nos instiga a imaginação, seduz selecionando as melhores palavras encadeando rimas, ritmo e continuidade à leitura trazendo toda magia do prazer que a leitura nos proporciona.


AULA DE LEITURA
                                           Ricardo Azevedo

A leitura é muito mais

Do que decifrar palavras.

Quem quiser parar para ver

Pode até se surpreender:

Vai ler nas folhas do chão,

Se é outono ou é verão;

Nas ondas soltas do mar,

Se é hora de navegar;


E no jeito da pessoa,

Se trabalha ou se é à-toa;



Na cara do lutador,

Quando está sentido dor;

Vai ler na casa de alguém

O gosto que o dono tem;

E no pêlo do cachorro,

Se é melhor gritar socorro;

E na cinza da fumaça,

O tamanho da desgraça;

E no tom que sopra o vento

Se correr o barco ou vai lento;

E também na cor da fruta,

E no cheiro da comida,


E na pele da pessoa,

E no brilho do sorriso,

Vai ler nas nuvens do céu,

Vai ler na palma da mão,

Vai ler até nas estrelas,

E no som do coração.

Uma arte que dá medo

É a de ler um olhar,

Pois os olhos têm segredos

Difíceis de decifrar.

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