TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O goSTo Do DesGosTo: A sociedade da cegueira




FILOSOFANDO COM LEONARDO BOFF

A Sociedade Mundial da Cegueira




O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o portugues José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.
Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.
O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.
Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.
É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age mas resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluidos os seres humanos.
Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?
Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.
Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser comprendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.

Leonardo Boff á autor de A nova era: a consciência planetária, Record (2007)









quinta-feira, 27 de outubro de 2011

GoTaS dE MeL e GenGibRe: QuAL o SenTidO dO SEr ?

Hoje a caminho de casa entre bicicletas, carros, motos, pessoas, meu pensamento divagava.  Lembrei da questão fundamental da Filosofia que não é o ser humano nem seu conhecimento, mas a pergunta sobre o ser, ou seja, sobre aquilo que possibilita a compreensão sobre todas as coisas. Pois é em relação ás coisas existentes que o sentido do ser se põe. Assim, a partir do pensamento de Heidegger, filósofo alemão do século 20, pode-se afirmar  o  que enche o ser humano de sentido é a curiosidade sobre o ser. Sendo assim, o que é o ser? Na definição mais clássica, “o ser se diz de muitas maneiras ou o ser é enquanto é” bem, sabemos que essas respostas não nos satisfazem, pois necessitamos de algo que não seja complexo demais nem vago ao extremo que nos coloque numa indefinição conceitual. E, só lembrando o que diz o poeta Mario Quintana: “ Por que prender a vida em conceitos e normas?” O Belo e o Feio...O Bem e o Mau...Dor e Prazer...Tudo afinal são formas e degraus do Ser”!

                                                 releitura de fragmentos da revista Filosofia feita por Rosinha Flô.




TeMpErOs e ErVas: ArOmA do Bem QueReR

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CoR e SaBoR: FiLosOfiA da ViDa

Você nasce sem pedir e morre sem querer... Por isso, aproveite o Intervalo!!

VOCÊ VALE OURO PARA MIM!

Passados mais de ''40 anos'', eis o que aprendi:

O Tempo passa.

A vida acontece.

A distância separa.

As crianças crescem.

Os empregos vão e vêem.

O amor fica mais frouxo.

As pessoas não fazem

o que deveriam fazer.

O coração se rompe.

Os pais morrem.

Os colegas esquecem os favores.

As carreiras terminam.

Mas..... os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto

tempo e quantos quilômetros estejam entre vocês.

Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade,

torcendo por você,intervindo a seu favor e esperando você de braços abertos;

abençoando sua vida!

Todos nós, quando iniciamos esta aventura chamada vida, não

sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante,

nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.

Moral da história: A amizade não se resume só em horas boas,

alegria e festa. Amigo é para todas as horas, boas ou ruins, tristes ou alegres.

autor desconhecido by Flor do cerrado.

sábado, 22 de outubro de 2011

TeMpErAnÇa do EXiSTir: O SaBor dA EssêNciA

ArOma dE FloReS, FoLHaS SecAs: SoLiDão

PrOSeAnDo  CoM  RUBEM ALVES SobRe SOLIDÃO

.Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.“ Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim:
“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,que rio e danço e invento exclamações alegres
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!“

Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que “o inferno é o outro.“ Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:

“Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz – ela me fala com ternura e felicidade! Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas. Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes. Ali as palavras e os tempos poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar.“
E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, “certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa – garrafa, prato, facão – era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia.“ Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: “As obras de arte são de uma solidão infinita.“ É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta. E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:
“...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília...“ Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.
O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...

A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.





sexta-feira, 21 de outubro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ChEiRo De MaGiA: A suRReaLidAdE de SER.

                                                        A surrealidade de SER


Se fazer poesia é dar asas a imaginação, é fazer as palavras voarem , suspirarem no redemoinho do vento, é colorir com leveza o dia recitando todos os dias: Bons dias! raio de sol! Bom dia! moço bonito! Bom dia! menino do mato! Então, sendo assim era tudo que eles faziam. E sempre do outro lado como um passo de mágica um sussurrar também respondia: Bons dias, moça bonita! Bom dia! Raio de sol! Bom dia, poesia!!. Do outro lado onde a distância existe numa linha imaginária ela sempre dizia para si: tem coisas que não se explica a gente inspira, imagina , sente, e elas vão acontecendo fluindo como água que corre, escorre no vácuo do tempo. Tem coisas que não podem vir pela ordem somente da razão, ás vezes vem pelo pulsar do coração, pela espontaneidade, intuição. Chamam isso de essência e dizem que as crianças têm isso: falam, fazem coisas sem pudor, descoladas das convenções, sem muitas pretensões. E, foi assim que eles se conheceram não com os olhos da carne, mas com olhos da alma. O conhecimento com os olhos da alma é livre, livre de pré-conceitos, de preconceito, tempo, livre de apegos. O conhecimento com os olhos da alma é surreal, transcendente, os olhos minam a sede do horizonte, não se materializa, mas se sente, tem cheiro, cor, sabor, som. Intuir, imaginar, contemplar, sentir; é desse vazio que se preenche esse conhecimento e faz crescer o bem querer por alguém, o cuidar, o desejo de humano para humano inebriado pelo simples sussurrar: Bons dias! Raio de sol! Bons dias! Poesia! E a alma se aquece e tudo se resplandece. Bons dias raio de sol!!!



terça-feira, 18 de outubro de 2011

ChEiRo de AlgoDão-DocE: EsPiriTuALiDADe

ORAÇÃO BUDISTA
Que todos os seres sejam felizes, Estejam onde estiverem, Sejam fracos ou fortes, Altos, baixos ou medianos, Pequenos ou grandes. Que todos, sem exceção, sejam felizes. Seres visíveis ou invisíveis, Aqueles que moram perto ou longe. Aqueles que nasceram E aqueles que ainda estão por nascer. Que todos os seres sejam felizes.” .

domingo, 16 de outubro de 2011

COr e SaBoR : MeL cOM LimÃo

Ao saBor dA ViDa: QuAntO tEmpO se LevA pArA SeR o qUe é?

                                                Quanto tempo se leva para ser o que é?



A cada manhã quando abro a janela do meu quarto o sol com  intensos raios penetram em mim e nos mais seres viventes, lentamente me revisto das sábias palavras de Sócrates: “só sei que nada sei,” respiro e inspiro ! Inebriada por essas palavras entre um caminho e outros, uma rosa e um espinho, um amor e uma dor, vou tentando compreender-me. Desenrolando assim aos poucos a compreensão a respeito do outro. Pensar que sou o outro e o outro sou eu se constituindo por mim e em mim chega a ser extasiante nas belas manhãs ensolarada.

É duro e árduo tentar compreender a própria razão do existir, é um processo dolorido, sangrento. Assim, jogada entre as vísceras e as vicissitudes da vida alinhavada no ontem e no amanhã vejo com grandeza sublime ser um ser inacabado,pois, há sempre como recomeçar. Recomeçar é o fim do começo e o começo de um fim, então, talvez, o melhor está por vir ou não. Como uma faca amolada cortante, procuro extirpar lembranças e lembranças; fecho os olhos para lembrar que tudo é somente vaidades e vaidades. Ouço vozes murmurando dentro de mim como uma luz dizendo que quando se têm os olhos com sede do horizonte é preciso esvaziar-se das verdades construídas, despir-se, provocar a nudeza do mundo , o melhor ainda, é preciso se perder nas perguntas, na inquietude da existência. Sabido é se há algo que paraliza o mundo são as respostas. Entretanto, se de todo doce a vida assim fosse eu não seria o que estou me fazendo, não é? Uma nuvem paira diante dos meus olhos e cresce uma enorme vontade de querer que tudo acabe em nuvens para nelas eu me deitar com um jeito leve, macio e branco. Lembro-me de Nietzsche quando perguntava: Quanto tempo se leva a ser o que é? Quanto tempo dura a felicidade? Recorro a Sócrates para dizer conheça-te- a ti mesmo e conhecerá o universo, pois a respostas das coisas não estão nas coisas em si, estão dentro de ti assim a vida escorre como águas do rio. Subidamente fecho a janela do quarto já aquecida pelo os raios do sol volto a estar no mundo e com o mundo, esvaziada, e um novo dia bate por aqui a espera de uma construção de instante a instante e por assim só viver. Bom dia!! Vida!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ALhos e BugaLhOs: QuE SeJa DoCe!!!

 “Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce.. repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.” . Caio Fernando Abreu .

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ChEirO da FLoR do DiA: MuDrAs



No Ocidente, o gesto de unir as mãos, acompanha a oração do crente que agradece, louva, procura ajuda ou pede perdão de seu deus. O gesto de Jesus falando, em que o polegar, o indicador e o dedo médio estão esticados e o anular e o dedo mínimo tocam a palma da mão, é chamado de gesto do Logos, simbolizando Cristo como filósofo. Mais tarde, a Igreja passou a utilizar este sinal como referente à autoridade do dogma cristão.



De um modo geral, o número de movimentos de que as mãos são capazes de executar é quase tão grande como o das palavras. Montaigne, no século XVI escreveria: "e quanto às mãos? Pedimos, prometemos, chamamos, despedimos, ameaçamos, rezamos, suplicamos, negamos, recusamos, interrogamos, admiramos, nomeamos, confessamos, arrependemos-nos, tememos, envergonhamo-nos, duvidamos, instruímos, ordenamos, incitamos, encorajamos, juramos, testemunhamos, acusamos, condenamos, absolvemos, injuriamos, desprezamos, desafiamos, desapontamos, lisonjeamos, aplaudimos, abençoamos, humilhamos, zombamos, reconciliamos, recomendamos, exaltamos, festejamos, celebramos, lamentamos, [...] calamos; e o que [mais] não?" (Montaigne (Ensaios II, XII)). As mãos servem ainda como elemento que difere os homens dos animais, como instrumento de trabalho, dotado da capacidade de construir coisas.

by Marilia Nogueira é mestre e professora de História, com interesse em culturas antigas e sociedades do oriente, particularmente em seus mitos, ritos e símbolos.




quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Se TodO DoCe aSSim VoCê: A mAçA do PecaDo



O HOMEM SEM CORPO E SEM ROSTO



Dizem que ela tem encanto de bela flor que de vez em quando, em noites que parecem eternas, sempre alguém sente o teu cheiro no ar lentamente entrando na penumbra de um quarto, feito brisa se aproximando para ao lado de alguém ficar. Foi assim que ela chegou silenciosa, calada, com ar de suspense, como uma imagem borrada, sorri e aparece. Ela chegava de uma viagem, viagem espiritual, viagem espacial, dessas viagens de encontros com outros e consigo mesmo. Já era noite quando o ônibus encostou-se à plataforma de uma rodoviária. Noite quente! Luz,!cheia de gente! Quando se chega à rodoviária de qualquer cidade estamos sempre sujeitos ao inesperado, é noite, como toda noite as surpresas e incertezas sempre estão soltas no ar. De repente olha as pessoas, mas não as vê e se pega a pensar de onde vêm essas pessoas e para onde irão? O que fazem? São expressões anônimas que vagam de um lado para o outro, televisão ligada, música, cheiros: cheiro de gente, cheiro de cigarro, de mato, perfumes, alimento, pessoas falando, telefonando, chorando, gritando, esperando. Esperando, ela também estava.

Puxando a mala, assim meia que pisando nas nuvens, desajeitada, estabanada, desastrada, sentou sorrateiramente em uma cadeira. As horas passavam, e em entorno dos seus pensamentos ficou. Quando repentinamente um jovem sem rosto, sem corpo aproximou-se dela faz algumas perguntas iniciando um pequeno diálogo, falou de coisas banais, do cotidiano, de coisas existenciais, noite quentes, a espera fez-se longa. Do diálogo que travou ela guardou pouca coisa, apenas do pedido do número do cel. além da possibilidade dele ligar e arrancar um convite quem sabe para ir a um bar, conversar e se divertir, sorrindo assim ficou combinado. Um silêncio se fez, ansiosa olha para o relógio aguardando alguém para buscá-la quando de repente a buzina soa, despede-se do jovem sem rosto, em meio à sombra da noite e desaparece.

Se era outono, inverno, primavera ou verão, teus encantos de bela flor impregnada do teu ser de admiração pela magia e essência da vida de uma alma meiga e serena que leva tranqüilidade aos olhos de quem a contempla, talvez, por essas ou outras razões numa noite o jovem sem corpo sem rosto liga, telefona, interage. Pasme! Ela não se lembrava dele, pois, ele continuava sendo um jovem sem corpo e rosto e disse que normalmente é centrada em si mesma, é do tipo que olha, mas não vê.

Palavras foram ditas, o encontro foi marcado, ela pensou quem sabe agora o jovem se constitua com corpo e rosto. Ele chega afoito, alegre, misterioso, inconstante, teu corpo imprimia esse desejo carnal, viril, um beijo quente foi dado, vivido, experimentado, roubado. Dias e noites vibravam, retorciam a cada dia, fortes emoções vivenciadas em um dia um mês, talvez, por ambos possuírem espíritos aventureiros, o doce encanto pela vida, desafiadores, desbravadores do desconhecido. Assim, rio, cachoeiras, lugares, pessoas e si mesmo são razões para desvendar mistérios e suscitar outros, energia e combustível para alimentar sua própria existência. Um vento, um pensamento é rememorado por ela de uma frase dita por um personagem de um filme chamado: FOREST GAMP, onde o personagem sempre comentava minha mãe dizia que a vida é uma caixa de bombom, nós nunca sabemos que encontraremos dentro.

Ela sorri a memória do vivido e passa refletir sobre esse encontro e outros tantos que já teve, com olhos de estrelas, luz de raios de sol, aconchego e sensualidade da lua, sentimentos de ventos e o desejo de viver como uma imensidão de um céu, calada, espantada, perplexa com jeito e trejeitos do jovem sem corpo e rosto, sentindo-se como um pássaro na gaiola acorrentada pelo tempo, por querer entender, compreender um rosto, um suspiro, um andar, a voz, cheiro, e os desencontros dos fatos que os jovem contava sobre a sua própria vida. Falava de sua família, de si, trabalho. No entanto falseava em suas narrativas, omitia, escondia algo sobre a sua própria existência. Sua fragilidade se despia quando ao deitar na cama embriagado ora menos, ora mais, e aquele jovem viril desaparecia. Ela todo tempo o observava e o sentia, pois os mistérios ou falsos mistérios circulavam em volta do jovem rapaz. É comum entre casais que irão se conhecer causar uma boa impressão, ser pontual, responsável, gentil e companheiro, o melhor, isso faz parte de qualquer relacionamento, profissional ou amoroso, o jovem rapaz parecia que estava na ilha da fantasia, onde tudo era diversão e financiado pelo outro, se não pelo Roberto Marinho. Então, ele despreocupadamente, sem menor pudor age em beneficio dos teus belos prazeres, criou situações que só ele acreditou, e por várias vezes dizia: “Não faço com o outro aquilo que não gostaria que fizessem comigo” o que ela compreendeu sobre isso? Que ele fazia sim, era visível que o jovem não tinha amor próprio, essa frieza consigo nada mais é o que reflete para com outro. Quem não se ama, não tem como amar o outro, amar nos sentido do cuidar, cuidar dos atos, atitudes, palavras, cuidar na arte de encantar as pessoas que ao longo de nossa caminhada vamos encontrando, cuidar da vida, cuidar da alegria, cuidar do corpo e da alma, cuidar das amizades, cuidar das plantas e animais. O jovem sem corpo e rosto assim chegou e assim partiu, proválvemente sua história irá continuar em outro lugar. Se ele se divertiu?ela não, ele foi para ela um objeto de conhecimento, frágil, inacabado.

DoCeS SuSpiRoS: TrAVeSsiA




Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

(Fernando Pessoa)

sábado, 1 de outubro de 2011

ErVaS e TemPerOs: O diViNo QueReR

SaboR de MeL e FeL: As CorES do AmOr



 Existem muitos outros significados para a palavra amor, trouxe esse para refletirmos a respeito desses significados e sua relação com o nosso dia-a-dia. Gosto muito dessa travessia que Elza Beatriz faz sobre o Amor, leve, ingênuo, poético, sobretudo lúdico.


LÁPIS DE COR

No meu coração vermelho

Abriu-se um sol amarelo

Que o pintou cor de fogo

- coração apaixonado.


Depois uma sombra escura

Cor de roxo machucado

O atingiu de amor perdido

- coração abandonado.


Agora meu coração

Cobriu-se de um colorido

Ainda não inventado

E procura branco, branco

Por um namorado.

A menina dos olhos . Elza Beatriz

TeMpeRânÇa Da ALMa: O LugAr das Memórias

A Persistência da Memória, 1931, de Salvador Dali

Vasculhando as minhas leituras deparei-me com o filósofo Henri Bergson, conhecido por ter sido ele abordar o conceito de intuição no centro da filosofia enfrentando os dogmatismos reinantes na primeira metade do século 20. Bem, essa será outra prosa que teremos. Hoje quero falar mesmo sobre o pensar desse filósofo especificamente a respeito do  lugar das memórias. Para Bergson há dois tipos de memória: a chamada “memória repetição” – e a “memória pura”, ontológica. A primeira diz respeito á matéria corporal, á retenção e reprodução do passado; é psicológica. A segunda se refere a essência da própria consciência, ao ser dela como memória.

Nesse sentido, é a própria consciência enquanto continuidade indivisível. Assim, a memória se exerce sobre um fundo ontológico, que lhe dá sentido e significação. Na “memória pura” coexiste passado e presente enquanto duração, ambos igualmente reais, um virtual, outro atual. Ela atualiza no real o ser do que é virtual. O passado não existe apenas na consciência, mas como virtualidade da duração. O virtual não é possível: enquanto o possível pode tornar-se real. – e muitos possíveis nunca se tornam de fato reais – o virtual já é o real. O que ele precisa é atualizar-se. Parece complicado isso, não? Coisas de filósofos.

O real – atual e virtual- está em movimento. Ele difere de si mesmo, é diferença, devir. A duração é modo de ser de sua temporalidade. E esta é – muito mais do que a espacialidade – o modo de ser do real. Assim, a duração é o modo de ser do real. Na medida em que difere de si. Bergson argumenta que o filosofar requer certa experiência do tempo que é também uma intuição da duração: exige sentir o tempo não como uma descontinuidade de momentos consecutivos em linha infinitamente divisível, mas como uma duração que flui de forma continua e indivisível. Assim, o espírito filosófico percebe o tempo como devir, movimento que se prolonga por si. Bergson recusa as visões teológicas segundo as quais o mundo tem um fim e que cada coisa nele está disposta para alcançá-lo. Ao contrário, o mundo é sempre produto de um grande esforço para vencer os limites do hábito e do automatismo. Há como fundo, um movimento essencial que dá a vida, um impulso vital que a transmite aos que passam por ela. A vida cresce e cria, constantemente, novas formas de existência. Se você gosto do pensar de Bergson com certeza um novo olhar terá sobre a vida, um novo sentido é cobrado. Discutindo filosofia, Walter Kohan by Rosinha flô