TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PARA FILOSOFAR: Cheiro de CrAvo e CaNela " O FAZEDOR DE AMANHCER"

Recentemente li a obra de Manoel de Barros, um bálsamo para alma, um aconchego para os corpos inquietos, um assombro para os olhos, um poeta de letra miúda, gente da gente, pantaneiro, homem de gosto simples e de alma imensa que não basta a si mesmo. Passendo pelas ruas de Campo Grande, cidade morena, vi inúmeros outdoors homenageando o tão ilustre poeta Manoel de Barros com citações de cunhadas por  ele mesmo. Pascoal Soto imbuido pelo espiríto poetico tece alguns comentários sobre a obra de Manoel de Barros: O fazedor de amanhecer, dizendo que era primavera de 2000 quando Manoel de Barros, através de uma carta, anunciou seus últimos inventos. Em letra miúda, o poeta declarava ter engenhado três máquinas revolucionárias:"(...) uma manivela para pegar no sono, um fazedor de amanhecer para usamentos de poetas e um platinado de mandioca para o fordeco de meu irmão". Como se não bastasse, Manoel ainda falava de como bernardo-árvores transformou-se em passarinho e foi viver no cerrado, forma de araquã. Mas a letra miúda do poeta ainda guardava outras surpresas, outras revelações. Manoel havia descoberto o maior dos presentes, ele revelava Deus: o amor. Emocionado e agradecido com o presente, ele revelava como chegou a passar as mãos nos cabelos de Deus e, entre parênteses, concluía: "Se a gente não der o amor, ele apodrece em nós". Quantas notícias... quantas lembranças...quantas milagres estéticos... E agora? quem deveria de traduzir os delírios verbais de Manoel de Barros, essas imagens poéticas que me mais parecem habitar uma outra dimensão da vida?
Ziraldo foi convidado para ilustrar  a obra de Manoel de Barros, ele topou. O poeta Manoel de Barros que andava muito com seu próprio silêncio. Ziraldo concordou, ao que Manoel respondeu; "Se o Ziraldo topou fazer a ilustração, eu também ficarei ilustre' O fazedor de amanhecer é o registro da união desses dois gêneros"maluquinhos". Dois grandes homens que nunca deixaram de ser crianças.

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