TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O sAbOr dA MaÇÃ: SuBmiSSão e PeCaDO



             ENTRE A ESTRELA E A SERPENTE :
                         PANDORA E EVA

ANÁLISE COMPARATIVA

As bases ideológicas que situam a mulher como inferior, submissa , fonte de pecado e de sedução,ardilosa e persuasiva vêm de muito longe, desde os mitos da criação: Mito de Pandora (grego) e de Eva na perspectiva cristã. Vejamos os fios que as conduzem para o foco da condição da mulher em determinado contexto histórico seja no mundo dos gregos ou no mundo dos cristãos e porque não no mundo atual. As palavras fluiem e imprimem na mente humana e se reverberam por todos espaços(na pintura, na música, na poesia, nos contos,crônicas, e outros). Na mitologia grega o mito de Pandora já apresentava uma identidade negativa para a mulher. Pandora primeira mulher, criada como instrumento de vingança de Zeus contra Prometeu que ensinou os homens o segredo do fogo. O fogo era algo sagrado para os Deuses, pois, só eles sabiam fazer. Quando Prometeu ensina os homens a fazer fogo provoca uma teia de consequências terríveis como narra o mito de Pandora Na ânsia de vingança e de castigo Zeus ordena a Hefesto que criasse uma mulher perfeita, como ele era artesão faz a mulher de barro dando-lhe vida, sendo ela cortejada , admirada , dotada de dons que os deuses iria entregando-a afinal era simbolo de vingança e castigo. Para vingar era preciso criar essa imagem de uma mulher: sedutora,que soubesse tecer, dotada de encantos,da arte de persuadir. Finalmente foi um homem Hefesto lhe concedeu a capacidade de falar e de seduzir os coraçõe por meio de discursos insinuantes seu nome é Pandora. A imagem criada pelo mito é de uma mulher voluvel, dissimulada, persuasiva. Não satisfeito ainda Zeus lhe entrega uma caixa; a caixa aqui simboliza( a maça o fruto do pecado ) .Pandora, a primeira mulher criada por Zeus, enfatiza uma visão politeísta, até mais antiga que as crenças dos hebreus. Na versão pagã, essa mulher abre uma pequena caixa e liberta os males do mundo. A figura feminina é responsável mais uma vez, e através destes dogmas iniciais que as sociedades gregas desenvolveram seus códigos de valores na superioridade de sexo. As virtudes ficaram no fundo da valise. Eva é feita de uma costela de Adão, suprindo, porém, sua necessidade de homem, que não deve ficar sozinho. No entanto, ela simboliza a tentação, o pecado da carne, o desejo de sexo, responsável pela perda da paz e da tranqüilidade do homem representadas pela perda do paraíso terrestre. Assim como Zeus, Deus demonstra sua fúria quanto a desobediência do homem e aponta a culpabilidade das desgraças do mundo a mulher. A origem do mal, do pecado Pandora e Eva são as responsáveis. Portanto, Deus ao imputar a Eva a responsabilidade pelo mal no mundo a maldiçoa desejando sofrimento na gravidez e dores no parto e finalmente a dominação pelo homem, a submissão eterna. O corpo de Pandora como de Eva são visto como objeto de sedução, de pecado.

Temos aqui, dois símbolos criados pelo imaginário do Homem: fogo e a árvore do conhecimento / a caixa e a maçã como objetos sagrados que mudaram o rumo da humanidade pelas atitudes de desobediência de Pandora e Eva.

Fogo ( luz, vida); desprendimento dos Deuses

Árvore do conhecimento ( fruto proibido – o conhecimento)

Caixa de Pandora ( a realidade do mundo)

Fruto proibido( maçã) – a desalienação

Dito isso, a construção impressa no imaginário coletivo da humanidade de forma negativa a respeito das mulheres não se limitaram somente aos mitos da criação outros pensadores fizeram questão de situá-las num plano de inferioridade. As práticas da tradição judaicas – cristão em relação à mulher afetaram as atitudes contemporâneas, bem como a própria visão da mulher sobre si mesma. Entretanto,a partir de uma visão religiosa que as identificam como subproduto do homem, aquela que foi feita da costela de Adão, a que caiu na tentação e expulsando o homem do paraíso, a que levou o pecado original como herança aos seus descendentes e a outra resultado de vingança encontram-se agora frente a frente Pandora e Eva, desobedientes, pecadoras e culpadas.

Por volta do século XIV e XV, a igreja católica constrói outra identidade feminina mítica: Virgem Maria – Mãe de Cristo, Mãe da Igreja, Mãe dos pobres e infelizes. As mulheres irão alcançar a salvação ao acatar o ideal de feminilidade de Maria, o que pressupõe uma destituição da sexualidade e do prazer, mantendo apenas a função de procriar. A mulher ideal: geradora de filhos, companheira do marido, administradora do lar. A igreja se impõe, situando as questões de gênero numa perspectiva inteiramente patriarcal, indicando a dominação masculina como”atitude natural”ou uma experiência excluída de questionamentos e reconhecida como absolutamente legítima. Prof{ Rosângela







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