Nietzsche tece uma crítica à civilização ocidental, dizendo que ela educa os homens para desenvolverem apenas o instinto da tartaruga. O que ele quis dizer com isso? A tartaruga é o animal que diante do perigo, da surpresa, recolhe a cabeça para dentro de sua casca. Anula, assim, todos os seus sentidos e esconde, também na casca, os membros, tentando proteger-se contra o desconhecido, recolher-se para dentro de si mesma e, em conseqüência, nada ver, nada sentir, nada ameaçar.
Formar boas tartarugas parece ter sido o objetivo dos processos educativos e políticos de educação , bem como da família desse século,. O sistema educacional e a família têm ensinado o espírito da covardia e do medo. Temos criado nesse país, uma geração de tartaruga, uma geração medrosa, recolhida para dentro de si. Os jovens têm agido somente de maneira reativa, negativa, covarde. Muitas famílias com insana concepção de amor, por amor, pelo amor acabam reforçando ou legitimando o perfil de um jovem incompetente ao lidar com as coisas do mundo. Assim, o que é mais rico no indivíduo, que é a sua sensibilidade – sua capacidade de amar e de odiar, sua capacidade de se relacionar de maneira erótica com o mundo – tem sido desprezada. Esse é um grande desafio para as famílias e educadores, o que desejamos, afinal, desenvolver em nós mesmos e nos jovens? o instinto de tartaruga ou espírito das águias?
Precisamos assumir o desafio de educar jovens para desenvolver o instinto da águia. A águia é um animal que voa acima das montanhas que desenvolve seus sentidos e habilidades, que aguça ouvidos, olhar e competência para ultrapassar os perigos, alçando vôo acima deles. É capaz, também, de afiar as suas garras para atacar o inimigo, no momento que julgar mais oportuno.
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