TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

domingo, 24 de julho de 2011

CoR e SaBoR de ChoCoLaTe com PiMenTa: EsPiriTuaLiDaDe

  "Até que nem esóterico assim. Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais. Mistério sempre há de pintar por aí. Gilberto Gil.

                                                           Espiritualidade e Nietzsche

Espiritualidade pode ser traduzida em atividade intelectual para o pensador alemão. Nietzsche diz que o Homem vai ter uma moral, com virtudes próximas aos cristianismo, como a compaixão, a justiça e a caridade. Mas essas virtudes não podem ser adquiridas: existem ou não no homem. Schopenhauer não estimula essa idéia, ele acredita que a virtude não se ensina. O gesto de compaixão pode acontecer, mas é exceção. Nietzsche, que tem grande influência de Shopenhauer em sua filosofia, diferencia-se deste ao ter uma visão mais afirmativa da vida. Enquanto para Schopenhauer a vida é sofrimento, dor e tédio e a única solução para isso é a cessação de todas as vontades, um caminho rumo ao nada. Nietzsche quer afirmar a vida apesar de todos os seus reveses. Dizer sim à vida, apesar da ausência de sentido. Nietzsche se contrapõe a Schopenhauer, que não vê uma saída para a existência do mundo tal como se apresenta. Por outro lado para Nietzsche, a compaixão é negativa é “ uma doença”, vê na compaixão e na religião cristã tudo o que deve ser banido. Ele afirma que, apesar de não haver consolos-sejam religiosos ou morais –é preciso afirmar a vida por ela mesma, mesmo sem nenhuma promessa de imortalidade e de um Deus justo. O cristianismo é, para ele, um falso consolo. Já em Schopenhauer, a vida é condenada por si mesma, porque é sofrimento. O negar da própria vida, visto como um traço pessimista da filosofia de Schopenhauer, não é um incentivo ao suicídio, mas uma negação da vontade em si mesma, um ascentismo. O asceta nega em si o querer viver, aceita uma vida mínima. Isso porque a vida em si é sofrimento, dor, ou , se não é desejo infinito, é o tédio. Um desejo uma vez satisfeito dá lugar a outro. Querer viver é um acúmulo de desejos incessantes e isso traz a dor. Schopenhauer foi quem introduziu o budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã, combatia a visão cristã do mundo, faz uma análise profunda sobre a espiritualidade e como se livrar desse sofrimento de um mundo melancólico, e distingue dois meios. Um deles é amenização da dor por meio da arte, o que nos traz um alívio momentâneo. E a dor pode ser ultrapassada também por meio da contemplação, quando cessam todos os desejos. É nesta parte que irá aparecer um carinho especial pelo budismo e pelo hinduísmo, por terem a capacidade de libertar o individuo das vontades. A contemplação seria a suprema felicidade.



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