TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CoMinHos e CaMinhos: O DocE Pensar

Cavalheiros da anunciação, assim eu os chamo três pensadores de tempos longíguos e diferentes que seduzem pela suas sensibilidades de falar do humano de forma humanizadora, humanizante com candura, empreguinados pelo cheiro da terra, das flores, da água que corre e do vento que sopra o nosso espírito, a voz do cosmo. Esse cosmo que nos aproxima e ao mesmo tempo nos distância, mas que nos leva a irmandade, pois nos alimenta, acolhe, abriga nas noites silenciosas, nos dias sombrios, nos dias chuvosos e nos dias de sol, nas noites estreladas e naqueles dias de luar.
Paulo Freire, Edgar Morim, Leonardo Boff nos conduzem a reflexão para estes dias certos e incertos a pensar na relação do homem com o meio ambiente e falam a partir do nosso chão que é a “educação” este chão árido e ardiloso nos coloca face a face como lapidadores desse homem capitalista tão orgulhoso e vaidoso que não abre mão da sua condição de Senhor da terra.
Esses cavalheiros anunciam que a nossa casa (cosmo) está ameaçada, agonizando e sutilmente sussurram que muito mais que contemplar é preciso mudança de atitude. Leonardo Boff em um artigo: Miséria na cultura: ”depressão e decepção” traz par á tona a reflexão da inversão de valores que vivemos e provoca um repensar no nosso jeito de viver indagando : para onde vamos? Ninguém sabe. Somente sabemos que temos que mudar se quisermos continuar. Mas já se nota por todos os cantos, emergências que representam os valores perenes da “condição humana”. Precisa-se fazer o certo: o casamento com amor, o sexo com afeto, o cuidado para com a natureza, o ganha-ganha em vez do ganha-perde, a” busca do viver” base para a felicidade que hoje é fruto da simplicidade voluntária e de querer viver bem ter menos para ser mais (Boff)
Em outro artigo onde faz uma referência a Dr. Zilda pelo seu trabalhão extraordinário enfatiza os valores do capital espiritual que sustentaram a sua prática, mais uma vez Leonardo Boff reforça a convicção de que não sairemos da crise de civilização atual se continuarmos com os mesmos hábitos e os mesmos valores consumistas e individualistas que temos. E lembra que a Dr. Zilda dizia que
Multiplicar o saber implica repassar às pessoas simples os rudimentos de higiene, o cuidado pela água, a medição do peso e a alimentação adequada às crianças. Esse saber reforça a auto-estima das pessoas e confere autonomia à sociedade civil.
Multiplicar a solidariedade que, para ser universal, deve partir dos últimos, buscando atingir as pessoas que vivem nos rincões onde ninguém vai, tentar salvar a criança mais desnutrida e quase agonizante.
Essa solidariedade é a que menos existe no mundo atual.
Multiplicar esforços, envolvendo as políticas públicas, as ONGs, os grupos de base, as empresas em sua responsabilidade social, enfim, todos os que colocam a vida e o amor acima do lucro e da vantagem. Mas, antes de tudo multiplicar a boa-vontade generosa.
Segundo Boff são estes conteúdos do capital espiritual que devem estar na base da nova sociedade mundial que importa gestar. O século XXI será o século do cuidado pela vida e pela Terra ou será o século de nossa autodestruição. Até agora globalizamos a economia e as comunicações.

Temos que globalizar a consciência planetária e multiplicar o saber útil à vida, a solidariedade universal, os esforços que visam construir aquilo que ainda não foi ensaiado. Amor e solidariedade não entram nas estatísticas nem nos cálculos econômicos, mas são eles que mais buscamos e que nos podem salvar.

No seu livro “ Cabeça bem feita” Edgar Morin traz o pensamento sobre a necessidade de uma reforma no pensar, que,conseqüentemente, modificará o ensino. Um grande desafio que conduz os indivíduos a pensar e repensar em como levar isso a termo. Naturalmente que se esse objetivo fosse atingido, se fosse possível espalhar e difundir a todos os setores da educação, uma nova maneira de pensar, a reforma do pensamento, modificaria a sociedade.
As portas se abririam para a construção de uma educação pluralista, democrática e que, com certeza garantiria uma nova visão para as futuras gerações.
Todo esse movimento de reformar o pensamento reflete sobre o mundo, altera os horizontes do olhar sobre a terra, sobre a vida, a humanidade se modifica, as artes, as histórias traduzem novas alternativas, as gerações adolescentes dividem outras perspectivas, a cultura se desvirtua e acima de tudo, o conhecimento se traduz de forma mais significativa.Para o ser humano, passar de indivíduo a sujeito deve ultrapassar a dimensão biológica, chegar ao conhecimento e atingir a complexidade. A alusão sobre a educação como transmissão de conhecimentos, quando, não basta uma cabeça bem cheia, melhor uma cabeça bem feita. Melhor saber o que se deve saber. Traz também, como ensinar a viver, como ensinar a compreensão das emoções para uma formação que realmente favoreça a autonomia do espírito. Uma educação que leve o homem a ser cidadão responsável e que compreenda seu espaço e o espaço que o envolve. O ensino como arte de ensinar, transmitir o saber e a cultura, permitindo compreender as condições do homem, do mundo e ajudando-o a viver melhor. O que a reforma do pensamento quer é educar os homens dentro de uma visão sistêmica, onde os conhecimentos estejam ligados. Onde o conhecimento envolva o conhecimento, onde haja uma união entre o pensamento científico e o pensamento humanista, onde se trabalhe com um sistema aberto, vive vendo e enfrentando as incertezas dentro de uma visão transdiscplinar.
Paulo Freire contribui com sua teoria propondo em suas teses uma revolução cultural. Para ele, a educação e o sistema de ensino não modificam a sociedade, mas a sociedade é que pode mudar o sistema instrucional. O sistema educacional pode ter um papel de destaque numa revolução cultural. Ele chama de revolução a consciente participação do povo. Logo, a pedagogia crítica, como uma constante, contribui para revelar a ideologia esquecida na consciência das pessoas. Segundo Freire todo educador deve acreditar que é possível ocorrer mudanças. Todos devem participar da história, da cultura e da política. Ninguém deve ficar neutro, nem estudar por estudar. Todos deveram fazer perguntas, não podemos ficar alheios. “Ser rebeldes e não resignados”.“É a partir deste saber fundamental: mudar é difícil mas é possível, que vamos programar nossa ação político-pedagógica, não importa se o projeto com o qual nos comprometemos é de alfabetização de adultos ou de crianças, se de ação sanitária, se evangelização, se de formação de mão-de-obra técnica.” (Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia) assim, o humanismo existencialista influencia de forma determinante a criação da perspectiva humanista em sua pedagogia. De maneira otimista, Freire considera o ser humano um ser-no-mundo e pela sua existência um ser-com-o-mundo. Os três cavalheiros da anunciação se coadunam, pois trilham pelo mesmo caminho quando se reportam a questão do saber pensar,questionar,rever valores, apontando sempre por aquilo que é sublime no ser humano,”a humanização”, solidariedade, o bem querer para o bem existir.





















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