TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

TeMpO AmArGo: A FINITUDE DO SER

Na atualidade evita-se falar de morte, bem como de ver o corpo do moribundo, pois isto nos traz à consciência e a idéia de nossa própria finitude. Em função desta interdição da morte é comum o círculo de relação de o moribundo ocultar ao doente a gravidade do seu estado buscando assim poupá-lo desta provação. Mas, o que é a morte?. A morte sempre foi caracterizada pelo mistério e pela incerteza e, conseqüentemente pelo medo daquilo que não se conhece, estes mistérios desafiaram e desafiam as mais distintas culturas, as quais buscaram respostas dos mitos, na filosofia, na arte e nas religiões para tornar compreensível o desconhecido com o intuito de remediar a angustia gerada pela morte.  A morte, única certeza que temos na vida , é quase sempre tratada num tom solene, pesado” temeroso. José Luiz de Souza Maranhão diz que não se morre mais como antigamente, a partir desse enunciado a vida vai escorrendo na busca da compreensão da problemática da existência do ser humano, o encontro com o desconhecido. Em tempo distante era importante a presença dos parentes, amigos e vizinhos e que os ritos da morte se realizassem com simplicidade, sem dramaticidade ou gestos de emoções excessivos. O moribundo dava as recomendações finais, exprimia suas últimas vontades, pedia perdão e se despedia. O sacerdote comparecia e toda cerimônia fúnebre havia ritos a ser seguidos: fechava-se as janela,acendiam-se velas, aspergiam água benta na casa, cobriam espelhos, paralisavam relógios, os sinos dobravam. Os parentes do moribundo usavam vestimentas negras, não participação da vida social , representavam expressão de dor das saudades e dos dilaceramento da separação, eram respeitadas por um período para a cicatrização da ferida e para a reintegração dos parentes às condições normais da vida. Assim se morreu durante século. Num enfoque diferente, José Luiz de Sousa Maranhão, aborda , de forma crítica e provocante, questões importantes com a “repressão da morte” na sociedade capitalista á medida que a interdição em torno do sexo foi se relaxando , a morte foi se tornando um tema proibido. Assim, para uma sociedade dirigida para a produtividade e o progresso, não se pensa na morte e fala-se dela o menos possível , prolongar a vida é mais importante, para José Luiz de Souza Maranhão tornar a morte como um tabu é uma estratégia do capitalismo para mascarar o sistema de injustiças sociais. A sociedade ocidental contemporânea reduziu a morte e tudo a que está associado: um nada, ao negar a experiência da morte e do morrer , a sociedade realiza a coisificação do homem. Em seu livro a História da Morte no Ocidente, Philippe faz um tratado no ponto de vista histórico e sociológico de como o homem se comporta diante da morte, bem como a transformação dos ritos mortuários. Segundo Philipe pensar na morte pode nos ajudar a ceitá-la e a perceber que ela é uma experiência tão importante e valiosa quanto qualquer outra ao abordar este tema nos leva a caminhar de forma leve estabelecendo um romance de vida de forma poética e vai adentrando nesse universo das atitudes do homem diante da morte nos situando a partir da do que chama morte domada ( em seguida da morte de si mesmo, a morte do outro, a morte interdita.) . Diante do exposto é possível caminhar no vôo de possibilidades que tanto a literatura como a filosofia nos faz mergulhar ao tratar de qualquer tema e aos poucos irmos descobrindo que a beleza da arte, da literatura não está somente nos dedos de quem escreve, mas também no olhar de quem a vê.

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