TEMPEROS DA ALMA

Segundo Sartre, o poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, a sua obra como um fim e não como meio, mas como uma arma em combate. Nietzsche , buscou na arte uma aprendizagem para Filosofia, mais ainda: uma experiência de vida em plenitude. Assim, por acreditar que há uma cumplicidade entre Arte e Filosofia que ambas são janelas através das quais podemos vislumbrar outras possibilidades para o pensar, analisar, comparar, conceituar e provocar mudança de atitude diante do que a vida tem de diferente .Além disso a Filosofia e a Arte provocam uma ação de desnudamento da ética e estética acordando palavras adormecidas, desencantando , encantando outras tantas palavras ditas e mal ditas. Mergulhada sobre a égide da minha própria existência como uma obra de arte em construção, da capacidade de ver no outro um outro de mim mesma e como alguém que usa da mística de encantar tornando mágico o existir lançando de outros olhares para Filosofar; compreender e viver melhor ! bem, essas foram as razões que me impulsionaram a criar esse espaço. Entre!! aqui é a nossa ágora. Traga o teu tempero: sal, alho, cravo,canela, cominho, mel, limão, gengibre ,colorau, cebola , camomila, gengibre, flores, cores, sabores , perfumes para Filosofar, Poetizar...Explicar o inexplicável, no explicável se perder para se achar,há em todos a loucura de cada um Ah! Vejo flores em você! Flor do Cerrado

quarta-feira, 25 de maio de 2011

TeMpErOS da ALmA: A primAvErA dA RaZão

Os filósofos da primavera ou da razão assim foram chamados os pré-socráticos. O que eles traziam de novidades? Foram eles os responsáveis pelo início da investigação científica da compreensão de um mundo com o uso da razão, com indagações, provocações desencadeando uma nova visão de mundo. Diante desse universo dos pré-socráticos onde não bastava só compreender, mas era preciso provar, materializar, parece que de certa forma não havia limites entre filosofia e ciência, mas como estabelecer relação entre o início da filosofia e o início da ciência? O que os chamados filósofos da razão procuravam explicar a respeito das coisas da natureza?

Segundo Rubem Alves, a ciência inicia com problemas. Um problema significa que há algo errado ou não resolvido com os fatos. O seu objetivo é descobrir uma ordem invisível que transforme os fatos de enigma em conhecimento. Rubem Alves propõe uma viajem o retorno de séculos atrás para melhor compreendermos como os gregos começaram a pensar sobre o mundo e a se fazerem as perguntas com que os cientistas lutam até hoje. Porque as perguntas que eles fizeram não admitiam uma única resposta e final. Eram como portas que, uma vez abertas, vão dar em uma outra porta, muito maior, é verdade, que por sua vez dá em outra, indefinidamente. Seguindo o pensamento de Rubem Alves ele faz o seguinte questionamento: Você já notou que a nossa experiência cotidiana, o que vemos, o que ouvimos, sentimos, é um fluxo permanente de impressões que não se repete nunca? Tudo Flui nada permanece. Não se a pode entrar duas vezes num mesmo rio, dizia Heráclito de Éfeso.

A despeito disso – e aqui está algo que é muito curioso – nós somos capazes de falar sobre as coisas, de ser entendidos, de ter conhecimentos. Nunca mais haverá nuvens idênticas àquelas que produzem o temporal de ontem. A despeito disto serei capaz de identificar nuvens como nunca existiram antes de dizer que delas a chuva virá. Também nunca mais terei uma laranja como àquela que morreu de velhice. Mas serei capaz de identificar ma outra da mesma qualidade e de prever quanto tempo levará para começar a dar os seus frutos.

Como explicar que o meu discurso sobre as coisas não fique colado ás aparências? Parece que ao falar, eu sou capaz de enunciar verdades escondidas, ausentes do visível, expressivas de uma natureza profunda das coisas. Tanto assim que, quando falo, pretendo que estou dizendo a verdade não apenas sobre aquele momento transitório, mas também sobre o passado e o futuro. Essa foi a grande a obsessão da filosofia grega: estabelecer um discurso que falasse sobre a natureza íntima das coisas, que permanece a mesma em meio á multiplicidade de suas manifestações (..) . A leitura da filosofia grega nos introduz, passo a passo, ás diferentes fases desta busca, a partir dos filósofos milesianos que achavam que as coisas mantinham sua unidade em meio á multiplicidade porque, lá no fundo, todas se reduziam a um mesmo suco, uma mesma essência



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